quarta-feira, 4 de março de 2015

seis partes

1. Entreouve-se no silêncio, ou eu imagino. E, como de praxe, hesita-se, evita-se, ainda que haja toque, disfarça-se, demora-se, pior, atrasa-se demasiado, perde-se, enfim. Não há causa ou efeito, apenas pena - enorme pena infundada enfiada afiada, faca,  foie gras, assim, violento e deliciosamente perverso, terrível, incurável, como a necessidade de cagar.
E por isso eu sempre retorno. Vê? não tem causa, qualquer motivo que seja: é a simbiose do soco e da borboleta.

2.
flashback: Convidei-a pra assistir uma peça, ao que ela aceitou de pronto e, portanto, ericei-me acreditando-me sortudo e venturoso etc, normal. Equivoquei-me. Novamente normal.

3. Obrigatório mudar de marcha, alguma coisa errada nesse fluxo infernal de gases e confetes e surras e foliões e ruas e beijos e risos e alegria e então maravilhosamente a chuva e escuto novamente no silêncio essa loucura: paradoxo de amor. Comecei a chorar, que é como eu somatizo dúvida, é assim: fraqueza, tremeliques, silêncios longos. E você sendo vento fende lenta quente o largo. Como você molhada. Poderia mesmo dizer imunda.

4. Agora a paz é tanta que desaprendi o que é amar e cago todos os dias pontualmente. (Acuda)

5.

6.