segunda-feira, 19 de julho de 2010

O Nunca

quando que eu nunca vou descobrir
que esse negócio nos olhos
que chamam distância
e que arrepia os pêlos
não tem colírio
que não o colibri

que a rede das nossas pestanas
em acordes desarmônicos da saudade
não fisgam passarinho ou borboleta
são só o leito da varanda
que faz a cama
mas não forra os olhos

Então quando os fecho
e vejo perfeitamente nada
desperfeitamos o escuro
para se ver
e dessa desvisão
acabou o tempo.

4 comentários:

  1. "que a rede das nossas pestanas
    em acordes desarmônicos da saudade
    não fisgam passarinho ou borboleta
    são só o leito da varanda
    que faz a cama
    mas não forra os olhos"

    beleza de poesia cara...
    abração do parceiro de fila na flip pro autógrafo do gullar

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