O tempo passou e a nós comeu.
Nós, humanidade, seres humanos:
Culturadores, racionais, científicos, geniais,
Nós fomos todos comidos.
O que nos resta da beleza das revoluções?
Por que perdemos a ingenuidade das gerações passadas?
Temos algumas memórias arrancadas,
Pedaços flutuantes, galopantes, inconstantes
Como o clima.
Ah! o clima!
O agente da destruição e da redenção;
Cadavérico ser, com as mãos sujas,
Molhadas, roxas.
O que são as pirâmides do Egito?
Ou as árvores centenárias dos parques?
Seres empalhados por essa velhice
Que escorre como seiva,
E voa na poeira das areias das revoluções.
Tempo maldito em que vivo!
Inundado de morte e hipocrisia.
Afunde-se! Afogue-se!
Pois as águas da minha melancolia
São mais altas que o céu.
Cantando nosso grito de guerra,
Elas cavalgam pelos tempos, pelas eras,
E Cronos, nosso inimigo, nosso réu,
Munido de sua foice dos demônios,
É soberano sobre nós,
Mas não controla nossa vontade.
Se é só na força da amizade
Que posso contar para não ser vencido,
Nela permaneço,
E espero, e esqueço,
Pois também eu serei esquecido.
tua lira ganha alturas e minúcias
ResponderExcluircolinas e rastejamentos
decifrando, invocando, reverberando a poesia
de todos os poetas do mundo dos outros mundos
porque é assim que o verbo
delira
belíssimo, belíssimo, quero ver mais e mais