quarta-feira, 13 de outubro de 2010

soneto sem sonho

O almirante olhava a onda do mar
batendo no casco do seu navio
como suspiros em um rodopio
talhando com sal o seu navegar

E chorou com um suspiro assobio
serenando as saudades do seu solo
-descobridor, gaúcho, marco polo
atravessando o mar como quem navega um rio

Toda a prata, pau-brasil ou mesmo ouro
lhe eram avessos do maior tesouro
que, enterrado, nunca reaveria

Em cima, a cruz marcava feito um xis
lembrando que ali foi feliz
uma amada que, sem sonhar, dormia

5 comentários:

  1. Que lindo!
    É por ler coisas assim que digo que toda beleza é um pouco triste. Assim, toda tristeza, por sua vez, tem seu lado belo :)

    beijo da Paixão,
    http://tudoqueficanoar.blogspot.com/

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  2. retweet Rosana Seager: não será isso um sonho?

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  3. Muito bom!
    Achei que tu tinha abandonado a poesia.
    Tu tinha. Tutinha. É uma tuta pequena.

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  4. A melancolia é muito bonita!
    Fica ainda mais bonita quando se recita!

    Entra no skype aê!

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