há uma queda infinita depois daquela esquina
e se você não mordesse os lábios antes de mentir
eu teria caído atraído traído marido árido e ferido
acordar é sempre perder o mundo querido
como aquela esquina que esconde um buraco eterno
colado na sua testa não importa o quanto você ainda caia
antes de dormir a gente discute sobre nossas roupas
quando já não estamos enxergando bem de sono
eu já quase dormi e dormindo peço que você saia
acordado quero mil coisas que não alcanço
talvez porque podem ser contrários e autodestrutivos
como o gesto automático de dobrar esquinas
dormido fico repetindo o seu nome escrito num papel no bolso
e você aparece fixa como as fotos como memória
e não faz nada e sem nada fazer é simplesmente tudo
sem metáforas meias palavras sem roupas
nessa esquina você sussurra já bem próxima
você não fala não há som nem voz cor zero
eu sei o que você fala porque seus lábios estão colados nos meus
sussurro da pele como a lesma conversa com a pedra
e eu assinto sem entender nada de nada de nada
domingo, 28 de setembro de 2014
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
inspiração
Não dá pra fingir seja isso que insistem em negar; mas deseja. Deseja ser. E fica calado, de cara feia no canto querendo muito ser tantas maravilhosas possibilidades, não exatamente desgostoso do que é ou possa ser, não que seja também apenas uma singularidade, claro que não, mas a brisa de praia morna no dia de sol, quando você não espera que possa fazer tempo bom numa cidade tão merda, isso sim é algo não pensado, e daí novas teias de aranha, como as janelas de um arranha-céu, se abrem no espaço recolhido da mente, naqueles sei lá quantos porcento de cabeça nunca usados integralmente, germinam nos brônquios e alvéolos sombrios dos cantos do pulmão, viciados no gás carbônico de dezenas de anos - uma inspiração.
Pois nas profundezas de ser alguma baleia rasteja na lama submarina ou sobe enorme, majestosa, enorme para sorver aquela brisa fresca, fria e boa, num dia de sol, magnânima, de verme esponja dispersa como fumaça argentina, como tinta óleo apagando infinita no oceano, como uma molécula de álcool que se procura nos mares do mundo, até ser céu, astronômica, as ondas paredes d'água fria, a realeza baleia monstro assopra e inspira - tudo.
E linda submarino vivo lentamente regressa ao abismo, imigrantes na goela.
Aqui é o céu sagrado de estrelas de sóis e luas de toda constelação ou nuvem, aqui, nesse canto de paredes fechadas, na casa sem nascer do sol, aqui, onde meu coração para pra escutar os pulmões do cérebro chorarem e cada ponta, cada canto, cada ser se repete se reflete se repele como notas jogadas no universo, as vezes som, outras sentido - me beija astronauta.
E linda submarino vivo lentamente regressa ao abismo, imigrantes na goela.
Pois nas profundezas de ser alguma baleia rasteja na lama submarina ou sobe enorme, majestosa, enorme para sorver aquela brisa fresca, fria e boa, num dia de sol, magnânima, de verme esponja dispersa como fumaça argentina, como tinta óleo apagando infinita no oceano, como uma molécula de álcool que se procura nos mares do mundo, até ser céu, astronômica, as ondas paredes d'água fria, a realeza baleia monstro assopra e inspira - tudo.
E linda submarino vivo lentamente regressa ao abismo, imigrantes na goela.
Aqui é o céu sagrado de estrelas de sóis e luas de toda constelação ou nuvem, aqui, nesse canto de paredes fechadas, na casa sem nascer do sol, aqui, onde meu coração para pra escutar os pulmões do cérebro chorarem e cada ponta, cada canto, cada ser se repete se reflete se repele como notas jogadas no universo, as vezes som, outras sentido - me beija astronauta.
E linda submarino vivo lentamente regressa ao abismo, imigrantes na goela.
Assinar:
Postagens (Atom)