quarta-feira, 17 de setembro de 2014

inspiração

Não dá pra fingir seja isso que insistem em negar; mas deseja. Deseja ser. E fica calado, de cara feia no canto querendo muito ser tantas maravilhosas possibilidades, não exatamente desgostoso do que é ou possa ser, não que seja também apenas uma singularidade, claro que não, mas a brisa de praia morna no dia de sol, quando você não espera que possa fazer tempo bom numa cidade tão merda, isso sim é algo não pensado, e daí novas teias de aranha, como as janelas de um arranha-céu, se abrem no espaço recolhido da mente, naqueles sei lá quantos porcento de cabeça nunca usados integralmente, germinam nos brônquios e alvéolos sombrios dos cantos do pulmão, viciados no gás carbônico de dezenas de anos - uma inspiração.

Pois nas profundezas de ser alguma baleia rasteja na lama submarina ou sobe enorme, majestosa, enorme para sorver aquela brisa fresca, fria e boa, num dia de sol, magnânima, de verme esponja dispersa como fumaça argentina, como tinta óleo apagando infinita no oceano, como uma molécula de álcool que se procura nos mares do mundo, até ser céu, astronômica, as ondas paredes d'água fria, a realeza baleia monstro assopra e inspira - tudo.

E linda submarino vivo lentamente regressa ao abismo, imigrantes na goela.

Aqui é o céu sagrado de estrelas de sóis e luas de toda constelação ou nuvem, aqui, nesse canto de paredes fechadas, na casa sem nascer do sol, aqui, onde meu coração para pra escutar os pulmões do cérebro chorarem e cada ponta, cada canto, cada ser se repete se reflete se repele como notas jogadas no universo, as vezes som, outras sentido - me beija astronauta.

E linda submarino vivo lentamente regressa ao abismo, imigrantes na goela.

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