segunda-feira, 29 de junho de 2009

Intervalos de gritos

Mulher idealizada, feita de vento e nudez.
Cabelos curtos e cacheados, negros como seu olhar
Sensual.

Levita-me do frio
Calor na espinha
Somente com os cílios.

Dá a volta ao redor
Do meu mundo.
Se contorce toda na cama
Não dá sossego.

Em giradas seguidas do corpo, da boca
Das suas nuvens de espírito
Ataca-me
Enforca-me, com sua alma de arame.

Me perdi em ácido sulfúrico
Em viagens astrais, supralunares
subinfernais.
A dança dos sátiros e das mênades.

O espeto da coroa de Cristo
A síntese de toda uma vida
Expressa na nudez de um deus
Na ponta de um risco
De um rabisco alugado, malvado e único:
O meu traço interminável e interligado:
A traça dos meus próprios papéis.

Rasg!Rasguei tudo e joguei na fogueira!
Chama a chama!
Chamuscado enxuto e inenxugável,
Sob a chiado inchechante e chato
Das chamas!

As mesmas que me aquecem sob a coberta
Nas noites que chovem a beça,
Com a cabeça coberta de ideais mil
Sufocado pela fumaça, pela fúria e pelo fogo.
Gritando! Gritando muito!
AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!
Nhec, nhec, nhec.
Fuc, fuc, fuc.
Ploc, Fissss, Pof, Pou!

Um comentário:

Faça da interrupção, um caminho novo.