segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Canção do meu céu

Sou agora capaz de compor
um milhão de poesias
tamanha a minha nostalgia

Tanto choro, tanta reza
tanta alegria
tanta tristeza, quanta tristeza!

Qual o poema que mais tem travessias?
Qual o poema que mais tem poesia?
Qual?

Recitando-os, revendo-os, todos eles
de Homero às Flores do Mal
onde está a poesia?

A poesia que me toma conta
me domina, me arredonda
E, tomado por essa onda,
me espanto e me expando
Ex-namorado, ex-filho,
ex-eu,
Caminhando nas fotografias
que me fazem chorar
lembrando desses tempos de inocência
e de perene alegria

Nas rimas que faço
há algo daquele tempo
um tempero... um cheiro!
Sempre sinto os cheiros mais incomuns
Esse deve ser um deles
Mas é reles isqueiro
perto do fogaréu
dos Meus mundos, da minhas impressões
mais insanas e desgovernadas
mais bobas e apaixonadas!
Tão jovens, tão intensas!

Ah! fotografias!
Deviam ser feitas do material mais
divino! E todos os anos atrás
refeitos na sua filha e cria
gritam como pássaros selvagens
presos nas redes da nostalgia.

E quando choro, choro por mim
e por tudo que fui
e não sou mais.
Por Eduardo, por todos os meus
Eduardos.
Tempo tão feliz!
que esperava desde que nasci!
Agora que passou, perdi,
Já foi.
Agora, eu já morri.

2 comentários:

  1. Que lindo Ian!

    Em troca te ofereço o mais belo sorriso

    Beijocas

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  2. eu tb sinto cheiros incomuns! que me rememoram muitas coisas, as vezes nem sei o que...
    bem virginia woolf essa sua poesia!
    gostei muito!
    me identifiquei bastante!
    um beijo londrino! hehehe coberto de neve, bem gelado! hahahah

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Faça da interrupção, um caminho novo.