Sinto em lhe falar tão diretamente
Veio na mente é melhor dizer
São coisas que se presas machucam
Expurgo, assim, o mal de uma vez
Nunca antes me senti assim
Como calado por muito
E triste por pouco, por menos
De uma tristeza que não cabe em mim
E eu, finito em tanto nesse fim,
Feri-me ao ver-me tão mal com isso
Esperava me curar do mal que fiz
E que não fiz. Veio, então, um impulso.
Impulso vago, impulso fraco
Mas ainda assim veio.
Não há palavras pra traduzir
A vaguidez com que passou
A vaguidez com que, no meio,
Caía em mim de ridículo,
Parei e comecei a rir,
E, em seguida, a chorar.
Um choro mais profundo
Que o ridículo do impulso
Mais aterrador que as mais tristes
Memórias e fotos e filmes
Estes eu não me esqueço
E as lembranças me carregam
Num barco sem mastro
Sem leme e, pior, sem âncora
Embriagado na imensidão de cores
Das vagas assassinas que me levam
E me fazem do lado de fora
Vomitar todas as dores
Eu sou um vidro de amores
Que quebrou na imensidão do céu
E espalhou, em nuvens cinzas
As flores do último inverno
Quero expelir esse brilhante inferno
Fazer das dores um pacote seu
E entregar-me, nu e de braços abertos
Como o Cristo, para uma morte pequena
Queria fazer de mim um tirano
E um mártir, além do mal e do bem
Apenas um amigo, tolo, mas próximo
Mais próximo e mais amigo.
Prometa que não conta à ninguém
Esse segredo tão escondido
Tão escondido que te contei
E agora todo mundo sabe.
um soco dócil, teu poema
ResponderExcluira gente sente a verdade dele
isso o fortalece. a verdade fortalece a poesia.
boa bicho!
concordo com o taiyo
ResponderExcluirMuito bonito, ian!
Muito bom!
ResponderExcluir(é, eu não sei o que escrever, mas pelo menos você sabe que eu li até o final)
Carambolas, tá muito bom!
ResponderExcluirE não, eu não escrevi pra fingir que eu li como eu falei que ia fazer. hihi
poiz é, isso que o Tayro disse e todos concordaram que eu também percebi!
ResponderExcluirque poemas sinceros e bonitos!!!