Sobre a mesa, algumas ideias
sobretudo, cobre o mundo
o céu, mar de zodíaco
sobreviver
Ventania de vagabundo
venta na ilha do seu perfume
cheiro de te ter
inventa a cada dia
Descobre o mundo de sofia
o sol cobre de cobre o oceano
descoberta, a ilha deserta
areia, a cama; céu, a coberta
Escuta notas do piano
na escuna-ilha astrológica
escotilha da cabeça
escoteira
Navega, maruja
nave eterna e passageira
na vaga do mar
a ilha, vagão descarrilhado
Observa, sem lunetas,
serva desse olhar enamorado,
a espuma de cerveja das ondas
que sobem, marisia, sorvem-te
Encontra-me, quase afogado
contraído, com asas de arame
traído pelo ar que amo
contra, sem ar
Sufoca-me, maruja, sufoca-me
pois o mar urja, então me beija
e já que o tempo é de sol descente
indecente, sente-me a te zarpar
sábado, 27 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Uma mulher é uma mulher
Nós que nos amávamos tanto é um filme lindo
Jules e Jim também é um filme lindo
E eu fico imaginando quantos filmes lindos já foram feitos
E quantos poemas lindos já foram feitos...
As mulheres são diferentes
mas você é a mais diferente
Todas as mulheres do mundo também é um filme lindo
Queria me marcar a fogo com a brasa do seu sorriso...
Jules e Jim também é um filme lindo
E eu fico imaginando quantos filmes lindos já foram feitos
E quantos poemas lindos já foram feitos...
As mulheres são diferentes
mas você é a mais diferente
Todas as mulheres do mundo também é um filme lindo
Queria me marcar a fogo com a brasa do seu sorriso...
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
O Beijo
O fôlego lívido;
olhares de malandro,
lapidando, lupinos,
as mulheres da Lapa.
O laço da Bela;
os lábios bicam,
qual brumas batendo a lua,
marisia lambendo a manhã.
A lua do lobo;
as línguas,
bacantes bêbadas,
libertam-se loucas!
Levanta, Baco e suas mênades,
as leveduras dos vibrantes vinhos!
Viola os lábios inquilinos,
o vão lascivo da tua alma!
olhares de malandro,
lapidando, lupinos,
as mulheres da Lapa.
O laço da Bela;
os lábios bicam,
qual brumas batendo a lua,
marisia lambendo a manhã.
A lua do lobo;
as línguas,
bacantes bêbadas,
libertam-se loucas!
Levanta, Baco e suas mênades,
as leveduras dos vibrantes vinhos!
Viola os lábios inquilinos,
o vão lascivo da tua alma!
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
O tímido apaixonado (ou Soneto de um castor)
Eu sou um homem de lata
com passos de tanajura
Eu sou um bêbado errante
preso na própria sucata,
preso na minha tortura
de coração viajante.
O que é isso que falta
na minha interna rasura?
Notas de um verde tocante
perfuram minha armadura
inventam um coração
Corta-me a corda vibrante
tendão da minha cultura,
pexeira de Lampião.
com passos de tanajura
Eu sou um bêbado errante
preso na própria sucata,
preso na minha tortura
de coração viajante.
O que é isso que falta
na minha interna rasura?
Notas de um verde tocante
perfuram minha armadura
inventam um coração
Corta-me a corda vibrante
tendão da minha cultura,
pexeira de Lampião.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Esse grão
Havia um grão de areia
dentro da calça dele
e é sobre isso
que essa poesia vai tratar.
Havia um punhado de gente no mar
um montão de areia na praia
mas um único grão
no calção dele.
Havia uma ciranda tranquila no ar
um canto de bicho no céu
uma boca abrindo num beijo
no banco da praça, ali perto.
Mas quero falar desse grão.
Que ninguém via, que ninguém
- nem ele - sentia
que era perdido do mundo.
Ele vinha de uma praia das Antilhas
mas já passara pelo susto
do fundo do mar
e por um deserto, na Europa.
Correra nos ventos alíseos
secara a garganta de um índio
e viajou no cabelo de um hippie
cruzando os montes andinos.
Sonhava visitar Nova Iorque;
queria ver a neve de perto
e tocar as nuvens!
Era um nefelibata, coitado.
Para onde iria aquele grão?
E depois, passaria por que reinos,
por que estações, que povos?
Ninguém poderia dizer...
dentro da calça dele
e é sobre isso
que essa poesia vai tratar.
Havia um punhado de gente no mar
um montão de areia na praia
mas um único grão
no calção dele.
Havia uma ciranda tranquila no ar
um canto de bicho no céu
uma boca abrindo num beijo
no banco da praça, ali perto.
Mas quero falar desse grão.
Que ninguém via, que ninguém
- nem ele - sentia
que era perdido do mundo.
Ele vinha de uma praia das Antilhas
mas já passara pelo susto
do fundo do mar
e por um deserto, na Europa.
Correra nos ventos alíseos
secara a garganta de um índio
e viajou no cabelo de um hippie
cruzando os montes andinos.
Sonhava visitar Nova Iorque;
queria ver a neve de perto
e tocar as nuvens!
Era um nefelibata, coitado.
Para onde iria aquele grão?
E depois, passaria por que reinos,
por que estações, que povos?
Ninguém poderia dizer...
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