terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Bandeirante e a Caipora - Canto II: Sina do Mundo

Era o dia da partida:
não tem volta, a vida é ida.
No aceno não tinha adeus,
só o desejo dos pés seus.

Tinha a estrada nos olhos
E, estradando, tinha estrada
até no cu dos fundilhos.
Era no meio do nada.

Parda paisagem poeira:
O império passo apressado
pesava no paraíso

pois do porte da sujeira
era o primeiro passado
que empurrava o caraíba

Portanto, se por si pensa
Repense o próprio pensar:
Pior com pior, condensa
melhor não ver e marchar.

Dito e feito fez o homem
bicho gingando apressado
lugar que vai não tem nome
melhor que Predestinado

Solitário como olhar,
tão triste como um trinado
de um pássaro sem voar

bicho de olho furado,
tem mundo, mas não o mar;
livre, mas engaiolado.

Um comentário:

  1. Furaram os óio do Assum Preto
    Pra ele assim, ai, cantá de mió...

    Assum Preto vive sorto
    Mas num pode avuá
    Mil vez a sina de uma gaiola
    Desde que o céu, ai, pudesse oiá...

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