Meu universo de vestidos.
Não guardo rancores ou malícia.
Achados e perdidos.
Cobertores de amores,
Afagos, e carícias:
Só o que sobrou.
Debaixo dos caracóis,
das meias, saias, lençóis,
Uma visita torta.
Como algum poeta.
Como uma invasão.
Porta transposta e concreta,
Caminho sem volta e sem visão.
Entre o fecho e o trinco
Entre e feche o trinco
Entro e fecho o trinco
A poesia dos que passarão,
De quem é fingidor,
Que mesmo em face do maior encanto,
Ainda prefere morrer de amor.
Não sei o que é o meu armário.
Se é de pano o seu recheio,
Se é de pássaro sua cor.
Mas, se acessível for,
Depois do momento imóvel
Visto vestes de vento,
Me lavo e me passo à vapor.
Não sei o que é o meu armário,
Mas ele está aberto,
E quem rompeu-me o lacre
Não me olha mais de perto.
caramba, que mistura deliciosa e que sacada genial...
ResponderExcluirmuito bom mesmo!