terça-feira, 1 de junho de 2010

Avistando-se

Te dei a chave pro meu coração
pra você que nem sabe o que eu tô sentindo
pra você que nem me entende direito
pra você que é cego e corre na avenida, solto
pra você que pedala na vieira souto
pra você que me vê envergonhada

pra vasta várzea da minha vida
que você nunca me viu
e que eu nunca te vi
e que, por coisas tão inexplicáveis quanto a poesia
por coisas tão banais e tão inúteis quanto a poesia
avistamo-nos.

Agora, me descobre
devagar, vaga, perde-se
que meu cabelo esconde os olhos
porque meus olhos não me escondem

3 comentários:

  1. eu achei que isso foi uma poesia.
    e só quem é foda vai desentender.
    quem é escroto vai querer entender:
    bas dum tem qui endender dada....
    tu fez um negócio com as palavras ae...

    a melhor parte do teu poema é
    "pra você que pedala na vieira souto"

    é a parte mais concreta e mais poética
    por consequinte...

    porque o verbo pedalar é bom pro delírio
    assim como o trocadilo da vieira souto - solto...

    os trocadilhos que se fazerm no som
    arrombam o sentindo...

    eu gosto de poesia assim, como essa,
    quando você sai meio arrombado

    sai mais macho (com o coração mais forte de poema)
    e mais viado (podendo chorar sem razão)

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  2. "Agora, me descobre
    devagar, vaga, perde-se
    que meu cabelo esconde os olhos
    porque meus olhos não me escondem "

    aaaah, que lindo...

    hehehe, comentários sentimentais

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  3. pedala!
    (o tapa)

    bom.
    é como um amor de pôr do sol.

    se se desenvolve, vira noite e lua, o que é legal.
    mas, se não, vira areia no pé que é chata e que suja o ralo do banheiro.

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Faça da interrupção, um caminho novo.