segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Assinalado

Tu és o louco da imortal loucura,
O louco da loucura mais suprema,
A terra é sempre tua negra algema,
Prende-te nele a extrema desventura.

Mas essa mesma algema de amargura,
Mas essa mesma desventura extrema
Faz que tu'alma suplicando gema
E rebente em estrelas de ternura.

Tu és o poeta, o grande Assinalado
Que povoas o mundo despovoado,
De belezas eternas, de pouco a pouco,

Na natureza prodigiosa e rica
Toda a audácia dos nervos justifica
Os teus espasmos imortais de louco!

Cruz e Souza

3 comentários:

Faça da interrupção, um caminho novo.